02 outubro, 2006

Anota aí


“Samsara” quer dizer “o aspecto mutável, fragmentado e, por isto mesmo, ilusório, do mundo material”. O filme mostra a trajetória de um monge budista, Tashi, que depois de ficar três anos, três meses, três semanas e três dias meditando numa caverna (tem um nome que não lembro), recebe o título de Lama e se depara com os desejos “do mundo”. Numa conversa com seu superior ele questiona: “Como posso ter renunciado ao mundo se não o conheço? Estou neste mosteiro desde os cinco anos de idade!”
Filmado na paisagem exuberante do Himalaia, Samsara possui uma fotografia fantástica e uma trilha sonora que eleva a alma. É um filme simples, lento, com poucas falas, porém significativas. Nos envolve de tal maneira que esquecemos aos poucos do relógio e mergulhamos naquele ritmo zen.
Além de mostrar os conflitos de satisfação e desejos de um ser humano, o filme também trata com sutileza a questão da evolução espiritual de homens e mulheres. A maternidade em si já é um caminho de evolução onde se exercita a doação. O final de filme possui um lindo diálogo sobre a facilidade dos homens virarem as costas para tudo e da ligação das mulheres com seus filhos. É essa ligação que “prende” a mulher mais na matéria. Pois é matéria que ela gera em seu ventre. Penso que estar num corpo de homem e de mulher tem sim uma significativa diferença em graus de evolução, porém, ambas de suma importância e relevância.
É uma boa reflexão de se fazer, o papel de cada um e o que temos para aprender.

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